9 de set. de 2010

A BALANÇA DAS PALAVRAS

A BALANÇA DAS PALAVRAS

Conta-se que um homem ao morrer, encontrou-se num vasto campo, onde outras almas aguardavam que os anjos do céu viessem buscá-las. Embora essas almas viessem de todas as partes do mundo, falavam uma só língua. Bem na frente da fila ele pode ver que umas poucas subiam alegres para o céu enquanto muitas, aos gritos, eram levadas para um grande abismo.

Ele reparou que para cada um havia uma balança de pratos que ora pendia para um lado ora para o outro, decidindo, assim, o destino daquela pessoa. Muito aflito, perguntou a quem estava ao seu lado: “Você saberia me dizer o que significa aquela balança, o que ela pesa?”.

“Não sei ao certo”, respondeu o outro, “mas acredito que seja a balança da caridade. Ela pesa a quantidade de caridade que alguém pratica na vida. Se alcançar um determinado valor, a pessoa é levada para o céu. Se não, vai para as trevas.”

“Não”, disse a alma da frente, que ouviu a conversa. “Não pode ser. Viajava conosco um homem muito rico. Ele era famoso por toda caridade que fazia. Construiu igrejas, hospitais, orfanatos e escolas. Mas, para minha surpresa, vi que a balança pendeu contra ele, lançando-o no abismo. No entanto, uma senhora idosa, que se sentava ao meu lado no trem e que era muito pobre, foi levada para o céu.”

“Talvez, então, seja a balança da pobreza, e só os pobres sobem para o céu. Assim sendo, creio que subirei, pois tudo que tive na vida foi um bom emprego, uma boa casa e um bom carro. Não tive a vida de riqueza e luxo que muitos tiveram”, concluiu o homem.

“Mas, veja”, disse o outro, “em relação a tantas pessoas que viveram pelas ruas sem emprego, sem casa e sem carro, você foi rico. E eu também. Isso me assusta a cada passo que me aproximo da balança. Quem foi realmente pobre ou realmente rico?”.

“E, você tem razão! Não faz sentida ser a balança da pobreza, da riqueza, da beleza, da sabedoria, dos méritos, da força, da arte ou da ciência.”

Havia um homem na fila que tinha paz. Seu rosto era tranqüilo e seus olhos tinham um brilho radiante. Aquela alma desesperada se aproximou dele e implorou: Dize-nos: sabes o que pesa aquela balança?”

E o homem disse: “Essa e a balança das palavras. Ela pesa tudo o que dissemos em nossa vida terrena. A boca fala do que o coração está cheio. São, portanto, as palavras à expressão do coração de cada um, e são elas que nos condenam ou nos absolvem”, explicou o homem confiante. A alma aflita indagou: “Quem te garante que a balança penderá para o teu lado?”

“Porque pronunciei as palavras mais lindas que existem e vieram do mais profundo do meu coração. Elas têm peso maior do que qualquer outra palavra frívola que, porventura, eu tenha pronunciado em um momento de fraqueza. São elas: Senhor Jesus, eu te aceito como, meu salvador pessoal. Entrego-te a minha vida de todo o meu coração. Salva a minha alma, Senhor, porque sou um pecador”, respondeu o homem.

Disse Jesus: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia dos Juízos; porque pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.” (Mateus 12. 36 37).

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